“Curitiba 2030” define temas prioritários para a capital

O projeto, que indica caminhos para a capital se posicionar entre as cidades mais inovadoras do mundo, foi apresentado em detalhe para especialistas da CICI2010, nesta quinta-feira

Os temas Transporte e Mobilidade; Meio Ambiente e Biodiversidade; Saúde e Bem-Estar; Governança; Cidade em Rede; Cidade do Conhecimento (educação e inovação) e Coexistência em uma Cidade Global são prioridades para serem trabalhados em Curitiba nos próximos 20 anos. Os temas constam do documento final do projeto “Curitiba 2030”, que foi lançado no primeiro dia da Conferência Internacional de Cidades Inovadoras (CICI2010) e apresentado em detalhes, nesta quinta-feira (11), a especialistas que participam do evento.

O projeto é o primeiro resultado do programa “Cidades Inovadoras”, que foi lançado no primeiro dia da CICI2010. “O objetivo do estudo Curitiba 2030 é indicar um caminho para posicionar Curitiba no patamar das principais cidades inovadoras do mundo”, explica o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.

Desenvolvido pelo Sistema Fiep, em parceria com a prefeitura da capital e a Fundação OPTI (Observatório de Prospectiva Tecnológica Industrial da Espanha), o projeto foi iniciado em 2009 e envolveu estudos, pesquisas, entrevistas e encontros participativos com mais de 500 pessoas, entre dirigentes municipais, especialistas e população em geral.

As ações a serem realizadas daqui por diante, a estratégia para envolvimento e engajamento da comunidade, a definição sobre a coordenação do processo foram pontos que interessaram aos especialistas Marc Giget, do Instituto Europeu de Estratégias Criativas e Inovação; Marc Weiss, presidente da organização Global Urban Development; Jonas Rabinovitch, da Divisão de Administração Pública e Gerenciamento do Desenvolvimento das Nações Unidas (Undesa); e Ana Morato, diretora da OPTI. A mediação foi feita por Modesto Escobar, também da OPTI.

“O mais importante é criar a cultura da inovação. Neste aspecto Curitiba está bem posicionada”, afirmou Marc Weiss. “Quero indicar algo importante: que no desenvolvimento das ações haja integração nos aspectos econômico, social e ambiental”, disse ele. Para Jonas Rabinovich, é fundamental definir como o projeto será desenvolvido ano a ano até 2030,  como ele será incorporado ao cotidiano da cidade e das pessoas e qual será o papel de cada setor envolvido. 

Segundo Marília de Souza, dos Observatórios Sesi/Senai, que participou da elaboração do projeto, já estão programadas atividades para definir agenda das ações, definir as coordenações e os papéis de cada ator envolvido no processo. “Há uma série de questões que passam a ser tratadas a partir de agora”, disse ela. O documento será também encaminhado aos candidatos que disputarão as eleições deste ano.

Marc Giget ressaltou o aspecto cooperativo na elaboração do trabalho e a conexão efetiva entre os temas e objetivos propostos. “É um trabalho baseado na vida real e pode ser uma ferramenta para trocas de informações com outras cidades e até mesmo para iniciar um banco de dados com idéias de novos projetos inovadores”, afirmou ele.

Prioridade – O projeto Curitiba 2030 é o piloto do programa “Cidades Inovadoras”, que se constitui em um conjunto de ações de curto, médio e longo prazo, que visa criar ambientes urbanos propícios à inovação e negócios sustentáveis. Segundo o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, o programa passa a ser uma prioridade na atuação da entidade, de agora em diante.

Ele explicou que estudos prospectivos realizados pelo Sistema Fiep indicaram a necessidade de se trabalhar com as cidades como ambientes que influenciam decisivamente o desenvolvimento industrial sustentável. O programa Cidades Inovadoras busca responder a esse desafio.

“Este programa se torna uma prioridade porque permite a convergência das estratégias traçadas pelo Sistema Fiep para contribuir com a prosperidade do Estado”, diz Rocha Loures. “Ele já está em andamento e a idéia é que venha ser um marco no Estado. Vamos buscar o engajamento de toda a sociedade”, afirmou.

O programa se configura em duas grandes frentes. Uma delas é “Cidades 2030”, de suporte para que, em um horizonte de 20 anos, as cidades se tornem propícias a novos negócios e novos relacionamentos, numa dinâmica de sustentabilidade. É desta frente que o projeto Curitiba 2030 é o primeiro resultado.

A outra vertente é a do desenvolvimento local, que já está implantado em 50 localidades do Estado e que busca estimular, organizar e capacitar a comunidade para que ela própria busque o desenvolvimento sustentável. Agentes de desenvolvimento, capacitados pelo Sistema, atuam nas localidades para implantar a metodologia que permite aos moradores sonharem, definirem e participarem das ações de melhoria e sustentabilidade local.

 

 

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