Queda do Brasil em ranking de corrupção deve servir de estímulo para sociedade, diz Campagnolo

Para o presidente do Sistema Fiep, aumento da percepção da corrupção no país, resultado da Lava Jato, torna o momento propício para uma grande mobilização contra os desvios de recursos públicos

O presidente do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, afirmou que a queda do Brasil no ranking global da corrupção, divulgado nesta quarta-feira (27) pela Transparência Internacional, deve servir de estímulo para que toda a sociedade se mobilize ainda mais na busca pelo fim dos desvios de recursos públicos. Em 2015, o Brasil foi o país que apresentou a maior queda no ranking anual, passando da 69ª para 76ª posição, entre 168 nações pesquisadas. A lista é liderada pela Dinamarca, considerada o país menos corrupto do mundo.

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A Transparência Internacional aponta que o motivo para a queda acentuada do Brasil é a operação Lava Jato, que fez aumentar a percepção de corrupção no país. Para Campagnolo, mesmo com a perda de posições, essa constatação pode trazer consequências positivas. “Ao mesmo tempo em que fez os brasileiros perceberem ainda mais claramente a dimensão da corrupção no país, a Lava Jato vem sendo um marco para o Brasil ao investigar a fundo e punir os envolvidos nos desvios, independente do poder político ou econômico que possuam”, afirma.

Na opinião do presidente do Sistema Fiep, o momento é propício para que o Brasil comece a reverter a imagem de país corrupto evidenciada pela má posição no ranking global. “É preciso que o Brasil aproveite esse movimento para, de uma vez por todas, dar um basta em tantos desvios, que comprometem o desenvolvimento do país”, diz. “Para isso, toda a sociedade deve se mobilizar, não apenas apoiando as investigações em andamento, mas também fazendo sua parte e atuando de forma mais efetiva na fiscalização do uso dos recursos públicos”, diz.

Fórum – Edson Campagnolo ressalta ainda que este é um tema de grande relevância para o Sistema Fiep e o setor industrial paranaense. Tanto que, em 10 de março, a entidade realiza o II Fórum Transparência e Competitividade, que vai debater os prejuízos da corrupção para o desenvolvimento do país e o papel das empresas na prevenção e combate dessa prática. O evento é promovido em parceria com o Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (Unitar) e o Centro Internacional de Formação de Atores Locais para a América Latina (Cifal) – organismos ligados à ONU.

“A corrupção não existe apenas no serviço público, mas está instalada em vários setores da sociedade. Não haveria corrupto se não houvesse o corruptor, por isso é preciso discutir também a responsabilidade das empresas nesse contexto”, destaca Campagnolo. A primeira edição do Fórum foi realizada em novembro de 2013, com a participação de profissionais brasileiros e estrangeiros especializados em práticas de combate à corrupção. Este ano, entre outros palestrantes, novamente haverá a participação de especialistas da ONU.

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