Investimento em embalagens ajuda a ganhar mercado

Especialistas mostram em workshop que empresas de qualquer porte podem encontrar nos materiais que envolvem seus produtos uma forma de vender mais

clique para ampliar clique para ampliarEspecialistas explicaram as funções de proteção e comunicação das embalagens (Foto: Mauro Frasson)

Investir em embalagens para ganhar mercado e aumentar o valor dos produtos não é exclusividade de grandes empresas. Essa foi a mensagem transmitida nesta quinta-feira (05) no workshop “A importância da embalagem no setor alimentício”. O evento, realizado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em parceria com o Senai, trouxe três especialistas no assunto para debater os caminhos que as empresas podem adotar para aproveitar melhor um componente que, além da função de conter e proteger os produtos, é uma ferramenta de comunicação com o consumidor.

“A embalagem é importante no processo de aumento no valor agregado dos produtos, tornando-os mais atraentes e competitivos”, disse o vice-presidente da Fiep Rommel Barion na abertura do workshop. Segundo ele, todas as empresas precisam estudar investimentos em inovações nesta área. “Isso não é só para grandes companhias. O tema é crucial para qualquer negócio.”

Em sua palestra, o designer Cobi Carvalho Cruz argumentou que as embalagens estão dentro de uma guerra pela percepção dos consumidores – segundo ele, 80% das escolhas entre as marcas são feitas nos pontos de venda e menos de 10% delas têm o apoio de outras mídias. “A embalagem faz toda a diferença para conquistar consumidores, especialmente aqueles que não decidem pelo preço ou são fiéis compradores das marcas líderes”, disse.

O design bem-sucedido envolve a escolha das cores, formatos de letras e ícones que compõem a mensagem que se quer transmitir ao consumidor. “O desafio é ser diferente respeitando algumas regras da categoria do produto”, explicou. Ele ressaltou também que existem diferenças culturais que tornam importante adaptar ou até mesmo fazer embalagens exclusivas para a exportação.

O sucesso do produto, de acordo com o especialista em gastronomia Paulo de Abreu Lima, também está ligado ao conceito que ele passa para os consumidores e que é adaptado a diferentes embalagens. Ele contou sua experiência de dois anos na Espanha, onde participou do lançamento da linha de óleos de oliva LA, pertencente ao designer Philippe Starck. Ao reformular seus produtos, a LA colocou no mercado diversos tipos de azeite em embalagens de vidro, lata e plástico, todas pautadas pela simplicidade. “Tentamos unir o sabor à apresentação”, contou.

Hoje Abreu Lima presta consultoria no Brasil para empresas que querem agregar valor a produtos alimentícios. Seu método de trabalho parte da identificação das qualidades tradicionais dos alimentos. “Tratamos os agricultores como artesãos do sabor. É na origem que a comida ganha seu sabor e características únicos”, disse. O especialista destacou o trabalho de formação de denominação de origem no Brasil, que mimetiza o modelo europeu que identifica produtos de um determinado território. Atualmente, existem oito denominações no País, número que deve aumentar nos próximos anos.

O desafio das empresas é, além de usar as embalagens como forma de comunicação, adaptá-las às normas técnicas dos diversos mercados onde elas atuam. “Cada país tem suas regras para evitar contaminação e garantir que o consumidor não será prejudicado”, comentou Cássia Sanada, técnica do Senai que falou sobre segurança alimentar. “É preciso levar em conta que a embalagem faz parte do produto e não foram poucos os casos em que uma marca ficou arranhada por problemas nos materiais que envolviam os alimentos.” Entre os casos recentes está o de um fabricante de cereais que teve de retirar milhões de caixas das prateleiras dos supermercados nos Estados Unidos porque houve contaminação provocada pela embalagem.

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